terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Je ne comprends pas.

Na última Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2014.
Eu estava de folga e, como por acaso, era o primeiro dia de saldos em França. Tinha combinado com uma amiga ir dar uma volta às lojas ao Centro de Paris. Tudo estava encaminhado, quando por volta do meio-dia, essa mesma amiga telefona-me a perguntar se eu estava a ver televisão. Na minha inocência eu respondi que não. Ela lá explicou o que se passou mas, na minha cabeça não era assim tão grave como na realidade é. E aí eu perguntei-lhe: "Achas que devemos de deixar de fazer a nossa vida por causa disso? Deixar-nos assombrar pelo medo?" A resposta foi claramente negativa.

Depois de estarmos juntos, aí ela explicou-me mais aprofundadamente o porquê e, foi nesse momento que eu apercebi-me da gravidade da situação, mas para mim não era o suficiente para ser considerado um atentado. Só à noite é que, vendo os noticiários, é que me fui dando verdadeiramente conta da situação. 

Eu sei que é ignorante da minha parte dizer isto, eu admito. Mas não conhecia o Jornal, muito menos o que fizeram para que isto acontecesse. Mas depois de finalmente perceber, acho estúpido. Ninguém deveria morrer por um simples cartoon. Esta publicação já tinha satirizado outras religiões e as pessoas levaram de ânimo leve, podem não ter morrido de riso mas aceitaram. Ao fim ao cabo é esse o principio da liberdade de expressão. Ainda por cima, há pessoas que nada tinham a ver com a isto foram também assassinadas. Vidas tiradas em vão. Não deixo de pensar à pessoa que por acaso tinha ido visitar a redacção do Charlie Hebdo, ou até mesmo do policia (que por acaso também era de origem muçulmana) abatido a sangue frio no meio da rua. Ou até mesmo naqueles que foram sequestrados dois dias depois. Mas não menos que as outras, mas estes tristes acasos me fazem sentir ainda mais revoltado. 

Desde que estou em França já conheci muitos muçulmanos e, posso vos dizer que muitos deles são mais simpáticos, amigáveis e solidários que muitos católicos que aí andam. Ao fim ao cabo, eles também são humanos. Apenas têm uma religião e cultura diferentes da nossa. Já vi também nas redes sociais, e noutros meios de comunicação pessoas a dizerem que estes bárbaros não são verdadeiramente muçulmanos e que têm vergonha do que eles fizeram, pois recusam-se a ser associados a qualquer tipo de acto terrorista. Isto dito por pessoas que lutam todos os dias por se sentirem incluídos numa sociedade que é totalmente diferente da deles, visto que desde que esta história dos atentados começou todos nós temos dificuldades em aceitá-los. 

Volto a repetir, ninguém merece ser assassinado por dizer algo que não agrade uma raça, religião e afins. Somos livres de dizer, escrever o que queremos mas, também é normal correr o risco de que haja alguém que não goste do que fizemos. Não podemos agradar a gregos e troianos, meus filhos. 

Acrescento também que, eu não tenho medo de viver aqui apesar da tensão que se sente. Nem muito menos deixar de viver a minha vida devido ao medo me que o comboio onde vou expluda, ou que seja tomado como refém. A minha família e amigos, eles sabem que vou bem, pois faço questão de lhes dizer que tudo vai bem ao final do dia. Vivemos numa aldeia global actualmente portanto, eles não estão completamente desinformados. Não vale a pena estarem sempre com o coração nas mãos. (esta última frase é para a minha tia, que fez um escândalo de tão preocupada que estava). 






domingo, 2 de novembro de 2014

Não é a primeira, mas também não será a última, noite que passo em claro. E é impossível que, no silêncio e na escuridão dos nossos quartos não demos por nós mesmos a pensar nas nossas vidas. Perdemos a conta às voltas que damos na cama e o cérebro anda a mil. Eu admito, acontece-me isto e não consigo evitar, ainda mais quando estou distante. 

Avalio tudo o que já fiz, bem ou mal. Principalmente o mau, não sei porquê mas deve de ser a consciência pesada. Julgo-me a mim mesmo, ofendo-me, choro, sorrio e penso no que posso fazer de melhor numa próxima próxima vez. Penso nas várias soluções para remediar a merda que fiz mas... o que está feito está feito. Não há volta a dar.

E qual é a relação entre isto e a música que partilho em baixo? Como grande cliché que é, eu identifico-me e dei por mim a ouvi-la (o que me deu um incentivo a falar). Sei que nunca irei mudar quem sou eu, defeitos e feitio, e é isso a que tenho que tenho que me agarrar, à minha 'essência'. É isso que nos torna únicos. Temos sempre algo bom para compensar o mau. Temos uma gargalhada para compensar as lágrimas derramadas um dia. Cometemos erros, mas há sempre uma boa acção para "colmatar" esse mesmo erro (sim, eu sei que não podemos redimir nada mas ao menos tentamos). 

Não tenho grandes arrependimentos, tenho uma família que adoro, uns amigos bestiais e, no fundo sinto-me realizado. E, só tenho de agradecer a quem está comigo. Quem atura a minha teimosia, o meu mau feitio que sabem que acima de tudo eu terei um sorriso ou uma palavra amiga para levantar a moral. A essas pessoas um muito obrigado.

E é assim, as insónias dão-me para pensar no tudo e no nada. Tentei exprimir-me e ser conciso (missão completamente falhada, eu sei) mas, a ver se "jogando cá p'ra fora" um desabafo consiga dormir melhor. 




sábado, 18 de outubro de 2014

Não sei mesmo...

... O que me passou pela cabeça para fazer isto à minha vida. 
A verdade é que estava curioso e não consegui aguentar mais. Estava aborrecido, sem nada para fazer e pronto, dei por mim a ver isto:

Acho que a desilusão era inevitável. Ao fim de uns dez minutos estava com vontade de espetar agulhas nos olhos mas, aguentei, fui forte e vi tudo até ao fim na esperança de que a coisa melhorasse. Enganei-me redondamente.
Não culpo de todo o elenco, porque até é relativamente aceitável (até mesmo a Ana Rita Clara, que me surpreendeu), realização e afins. Mas é a história. A história que transborda feminismo, e que faz pensar que todos os homens são montes de merda.  Foi uma tentativa de fazer uma espécie de 'Sexo e a Cidade' à tuga completamente falhada.

Enfim, ficarei à espera de melhores dias para o cinema português.